"Nunca é alto o preço a pagar pelo privilegio de pertencer a si mesmo." Nietzsche

Sede de perigo!

Eu sempre me sinto ansiosa. Anseio por algo que eu nunca vou ter ou que não existe!
Só sei que essa minha felicidade insaciável, essa minha satisfação que tem sede do que não posso fazer... Isso me consome.
Me parece que aprendi errado o significado da palavra “não”. Toda vez que escuto algo igual ou similar vem junto uma força que estima, cutuca, provoca Algo dentro de mim – Algo assim, com letra maiúscula.
Esse Algo tem um poder de dominação: traz inquietude, coragem, frio na barriga, euforia, felicidade, paz, satisfação e inquietude outra vez.
Agora fico inquieta porque não sei se o fim será trágico ou se não vai ter fim. Fica o gostinho-de-quero-mais e eu sempre quero mais mesmo! Esse “não põe o dedo na tomada” “não atravesse a rua correndo” “não saia esse final de semana” “não vai a essa festa” “ele não serve pra você”... Quanto mais escuto esse não, mais ecoa um sim por dentro...
É indescritível, é incontrolável.
 
Eu gosto mesmo é do estrago. Ver o circo pegar fogo só é excitante para mim, se eu jogar o fósforo. Porque quanto mais proibido melhor é, mais gostoso fica, mais me excita. Essa é a lei – a minha.
Me faça sentir passarinhos no estômago, baby - sim, passarinhos, pois as borboletas já caíram na rotina também...



Nostalgia de um futuro a dois.

imagem da internet
 
Em uma tarde de domingo, dessas que não se tem nada pra fazer, aos setenta e mais uma porrada de anos, me levanto da cadeira de balanço o mais rápido que pude – ou no caso, o menos devagar que consegui – e vou arrastando os meus chinelos cor de rosa para perto da poltrona-do-papai onde você está assistindo o jogo do flamengo. Estendo a minha mão enrugada, trêmula, cheia de veias e manchas. E você, quando finalmente desviou o olhar da televisão e notou a minha presença, ergueu para junto da minha a sua mão igualmente enrugada, cheia de veias e a típica tremedeira. E disse - como fazia a mais de cinquenta anos atrás - “tão linda, minha mãozinha”. Por mais que eu duvidasse eu havia aprendido “a beleza está nos olhos de quem vê”.
Você me olhava sem entender muita coisa, como sempre. Enquanto isso, eu admirava os seus olhos-de-gato. Logo eu que nunca gostei muito de gatos, depois de conhecer você até quis ser uma, só para poder apreciar as sete vidas que eu teria ao seu lado. Você se levantou com os mesmos esforços que eu, beijou a minha testa tão enrugada quanto as nossas mãos e colocou o meu cabelo atrás da orelha. Depois de ficar olhando para o meu rosto enquanto eu tentava ajeitar os seus fios brancos e sem jeito, coloquei as minhas mãos no seu ombro e você colocou as suas na minha cintura - já sem tantas curvas, ou com curvas demais.
Arrastei os meus pés cansados de um lado para o outro e você ria com cara de “não acredito que depois de tantos anos você ainda queira dançar” e em seguida me perguntou “porque isso agora?” eu respondi “apesar dos anos terem passado de pressa, eu ainda sou a mesma menina por quem você se apaixonou. Apesar de sem paciência e insuportável na maioria das vezes, ainda gosto de mostrar - vez por outra - o quanto eu te amo. E essa foi a forma que eu encontrei dessa vez, já que escrever uma carta nessa idade, é quase impossível”. Você sorriu emocionado, me dizendo com esforço “eu também te amo”.
Você me acompanhou em passos igualmente cansados. Dançamos como em anos atrás, porém, alguns quilômetros por hora a menos dessa vez. E a dança se desfez quando, desajeitado, você acabou pisando em meu pé.


                                                                                 
É que dançar com a pessoa que eu sempre amei, naquele momento,  era tudo o que eu queria. Eu poderia continuar dançando contigo pelo resto da vida, sem nunca mais reclamar das dores nos pés, nos joelhos, nos braços, na cabeça... Sem nunca mais reclamar de nada. Eu estava feliz. Eu estava realizada. Eu que sempre pensei em como morreria, percebi naquele dia que morrer ao seu lado seria a forma mais linda e divina de morrer. Se eu partir primeiro, saberei esperar por você para que tenhamos uma vida eterna como o nosso amor.



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Aproveitei a "semana santa" para me redimir com Deus.
Agora é só comer os chocolates
completando o ritual.

FELIZ PÁSCOA!!!





Igualdade, por dentro e por fora.

Aos olhos dos desconhecidos que, inclusive nos chamaram de gêmeas um dia, são apenas semelhanças físicas, mas não, você sabe que não...
 Temos por fora a mesma armadura, mas porque a escolhemos. Somos vestidas de força, de intensidade, de beleza exterior. As nossas máscaras não tem pena de ninguém, elas seduzem e matam quando se sentem ameaçadas.
Mas depois de seduzir vem o encanto, minha menina. Encantamos quando deixamos as máscaras caírem. Quando, sem malícia, acreditamos que está na hora de mostrarmos o que há por dentro e deixamos que alguém descubra que aquela armadura é apenas porque dentro, habitam corações mais frágeis que os demais. Assim, somos mais idênticas ainda interiormente.
Quantas vezes tivemos medo de nos despir para alguém? Outras vezes nos arrependemos de tê-lo feito. Por vezes precisamos pedir ajuda uma à outra... Não que fosse fácil ser menos orgulhosa dentro de nossos trajes, mas porque alguém - hipócrita demais - havia arrancado um pedaço dele, e para não nos sentíssemos vulneráveis, precisávamos uma da outra...

 
Dos momentos inesquecíveis, minha igual


Assim, sempre precisarei do seu olhar que, igual ao meu, acolhe ou solta faíscas. Do seu sorriso, inocente ou malicioso. Da sua mão para me ajudar ou castigar-me. Sempre precisarei de você, com seus dois lados, as qualidades e os defeitos. Pois, eu amo ter você, amo a nossa irmandade e quem eu sou quando estou ao seu lado.
Com armadura ou sem armadura, com as fragilidades expostas ou não. Somos os sinais iguais que se atraem, fazendo as leis da física parecer um engano. Somos o canto que encanta sem cantar. Somos pedaços inteiros que só se completam juntos. Somo o inexplicável... Somos o único para sempre que existe!


Na escuridão. Meu eu

Com tantas coisas acontecendo...

imagem da internet
 
Descobri que gosto mesmo é da noite, do friozinho que faz na madrugada. Olhar pela janela e sentir o silencio. Ver as estrelas em meio a tanta escuridão - É engraçado, mas é nas trevas que consigo enxergar a beleza da luzes.
Percebo então que sou na noite mais eu. Pois quando é dia, nem sempre as belezas são verdadeiras... As pessoas - inclusive, eu - tem mania de desejar ser mais do que elas são quando expostas a luz, assim vão perdendo os seus “eu” verdadeiros para que os outros não percebam as suas “fragilidades”. É assim que eu me sinto.
É que na solidão "eu por eu mesmo". Eu sou a triste carência que ninguém deveria saber que existe. Eu sou um pouco de solidão, um pouco de insegurança. Tenho também inúmeras imperfeições.
Enfim, a luz está prestes a nascer outra vez.

Sonho.

Parecia um sonho...
Mas ela agarrou aquele sonho como se fosse a sua ultima esperança.
Por mais que ela já estivesse cansada dos seus sonhos serem pisoteados,
serem jogados fora.
Mesmo depois de ter “quebrado a cara” tantas vezes
Depois de ter jurado 
que não acreditaria mais em ninguém...
Alguém,
simplesmente,
fez com que ela olhasse para dentro de si novamente
e percebesse que ela era mais do que aquilo...
Fez ela lembrar que o seu nome
significava esperança, fé.
Então ela,
mais uma vez...

Agarrou o seu sonho 
e acreditou no quão real ele pode ser.



imagem da internet

Paradoxo.

- Eles comiam os corpos dos seus amigos, porque acreditavam que não existia lugar melhor do que dentro deles para guarda-los, no entanto, nós os chamamos de Bárbaros. Não entendo a sociedade. Todo mundo quer ser o certo, mas ninguém quer aceitar as verdades dos outros.
- Do que você esta falando?
- Qual a graça de rotular as pessoas? Me fala. Qual é a maldita graça de rotular as pessoas?
- O que eu fiz agora?
- É que eu estou de saco cheio de só ouvir você dizer “maconheiro, viado, lésbica, sapatão, rapariga, retardada...” Por acaso você conhece algum deles?
- Ah, e você vai defender agora?
- Não estou querendo defender ninguém, mas se o mundo todo tentasse conhecer melhor os outros antes de por os rótulos, talvez não tivéssemos que assistir o noticiário falando “ele entrou e matou 12 crianças, sem motivo”
- Mas isso não teve nada haver..
- E quem se importa, não é mesmo? Ninguém se importa mais com ninguém. Tudo é motivo de preconceito... Até idade virou motivo de preconceito. Não estou ignorando vocês, cada um com seus motivos. Só peço aos céus que um dia as pessoas consigam enxergar a essência das outras e não as aparências.
Por alguns minutos, o silencio reinou.

“Ideal seria que as pessoas soubessem amar, o tanto que sabem fingir” Bob Marley.

O Sr. do Tempo e seus mistérios.


Eu sou revoltada com o tempo. As pessoas dizem que o relógio serve para marcar as horas, o tempo. No entanto, ate hoje ainda não consegui entender como isso acontece. Eu sei que os ponteiros estão sempre dando suas voltas. Mas, é fácil marcar a hora, não o tempo. O tempo é muito mais complexo.
Engana-se quem acha que pode medir o tempo com um relógio. Tente então, contar 45 min na aula daquele professor chato, aposto que você irá olhar pelo menos umas três vezes para hora e a aula não acabará. Agora, tente fazer isso naquela aula que você adora. Você nem terá tempo de olhar para o relógio, pois ela acabará antes. Então, chego à conclusão: o tempo é relativo sim. O tempo é muuuito relativo.
Quando estou estudando, por exemplo, a sensação que eu tenho é que a cada 30 minutos, passam-se 60 segundos do relógio. Se for o caso de estar em uma festa, acontece exatamente o inverso, a cada 60 segundos, o tempo faz questão de avançar meia hora. Ou mais. Eu me revolto com esse jeito de ser do tempo.
Parece que o Sr. do tempo vive em função de me irritar... E quando vem com aquela história “se acalme, o tempo vai curar” “tá, vo fingir que acredito”. Pois, pelo que eu conheço desse aí, é capaz de ele passar bem devagarzinho, só para que a dor dure por mais tempo... “A crueldade em forma de tempo!” Mas isso já é outra estória...
Para quem não leu “tic-tac, lentamente”, foi onde comecei a sacar essa do tempo.

“Vendi a coleção porque finalmente compreendi o que o verdadeiro amor realmente significa. Tim havia me dito, e me mostrado, que o amor significava pensar mais na felicidade da outra pessoa do que na própria, não importa quão dolorosa seja a sua escolha. Saí do quarto de hospital de Tim sabendo que ele estava certo. Mas fazer a coisa certa não foi fácil. Hoje em dia, levo a vida sentindo que falta algo, que preciso de algum modo tornar minha vida completa. Sei que meu sentimento por Savannah nunca mudará, e sempre terei dúvidas sobre a escolha que fiz”.

- Querido, Jonh.