imagem via web |
De onde tu tiras essas palavras? Você me
perguntava tantas vezes com aquele tom de admiração que eu amava. Tu
ficas estudando o dicionário é? Dizia para não perder a piada. Dizia por
saber que era fácil me fazer sorrir e me fazer sorrir era tudo que você mais
gostava de fazer. Fitava-me de um jeito apenas seu - como quem se apaixonava toda
vez que olha-me novamente. Sabíamos, digo: ele e eu, que aquelas
palavras das quais eu fazia uso veze quando, não faziam de mim mais inteligente
que os outros, mas mesmo assim... Acho que era, então, a forma como
perguntava-me. Sempre havia outro jeito de fazer-me sentir melhor do que eu
era. Mas, de repente, ou talvez, antes mesmo desse derrepente percebido por mim, toda essa coisa tangível
papável segura, tornou-se também insípida insossa neutra tanto faz. E é
exatamente esse tanto faz o endereço do medo. Medo de mim. Dos outros por mim.
De eu por mim. Assim, como o leite materno só tem gosto para os bebês que ainda
não conhecem o doce e o salgado, assim, como sem conhecê-los deliciam-se apenas com o
neutro, eu apreciei aquele você e eu.
Agora, tudo perdeu o sentido. Como quando acaba-se
de acordar de um sonho bom e o sentido do sonho é indecifrável, pois a verdade
do sonho se perdeu quando se acordou e deixou de ser bonito ou tornou-se bonito
por não saber decodifica-lo, como uma música estrangeira que faz chorar por
causa da melodia e não da letra - a letra não faz sentido algum...
Então eu
acordei desse sonho e percebi que havia me esquecido de algumas partes dele e,
portanto, não sei dizer com o que sonhei. A verdade se perdera com algumas
partes desse sonho. Ainda meio desacordada, tive a certeza que quando as coisas
tornam-se insossas, é hora de colorir-se, aventurar-se, sonhar para dentro e
para fora.
Acabo de
acordar assustada com o despertador. 5h40 am. Foi isso mesmo que eu sonhei em para mim? Tanto faz.