"Nunca é alto o preço a pagar pelo privilegio de pertencer a si mesmo." Nietzsche

Desabafos híbridos

Um mundo pra chamar de meu...
imagem via google


Confesso que já atravessei noites mais densas. Mas, naquelas noites eu contava com o silêncio da madrugada e a companhia da Dona Lua olhando só pra mim. Era mais fácil traduzir tudo que eu entendia de solidão em palavras... Não havia métrica, nem gramática. Não havia leitores, nem professores, nem amores. É mais fácil chorar quando não tem ninguém pedindo explicações. É mais fácil pensar que nem tudo pode ser explicado do que passar noites pensando no que dizer do que não se diz. E não se diz. E não se diz...
            De tantos não dizeres, já nem sei mais por onde começar. Não paro por aqui mesmo sem imaginar como pintar o fim. Nunca se sabe se vale a pena começar de novo, pois nada garante a felicidade em um mundo onde é proibido sofrer. “Fazer feliz ou ser feliz?” Eis minha questão de sempre e talvez pra sempre. E deixo que falem de mim, que vivam por mim, que decidam por mim. E finjo que não posso fazer nada só pra evitar que mais corações sejam quebrados além do meu.
            Não estar satisfeita com o que tem, tem solução? Ou o coração sempre achará mais prazeroso possuir o que não deve? Como se o único motivo de continuar viva fosse tornar lícito o proibido de novo e de novo e de novo... Trata-se apenas de um ciclo vicioso ou será que algum dia poderá se tornar verdadeiro? Confesso que já atravessei noites mais densas... Vou confessando para eu mesma os meus segredos, apesar da vontade de confessar para o mundo. Um mundo com nome e sobrenome, um mundo que eu desejo só pra mim e que apesar de não ser possível, às vezes ele vinha me visitar...

 

(5 a seco - tatame)