"Nunca é alto o preço a pagar pelo privilegio de pertencer a si mesmo." Nietzsche

Apavoram-me as relações

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As relações humanas me apavoram. O perigo sempre vem com face de candura e mente maquiavélica lhe chamando para brincar. E muitas vezes você vai sem saber para onde. 
É difícil se manter equilibrada ao notar o tanto de pessoas dissimulas a sua volta. Você não sabe qual doce é real ou amargo porque as pessoas, elas não vem com rótulos ou prazo de validade. É preciso provar para saber.
Como os espinhos das rosas, não sabemos até que ponto vai a defesa de cada um. Se a defesa for o ataque - o que para mim, diz muito sobre quem o faz - prefiro manter-me distante.
E de tão distante, hoje já não sei mais definir a linha do egoísmo. Não sei me dizer se estou antes ou depois. Sei que minhas defesas são em metros quadrados.
Então, percebo que recuar pode ser tão sinônimo de atacar como o silêncio é do grito. Mesmo opostos, aqueles doem, estes ensurdecem.
Nascemos juízes e reis de nós mesmos, pequenos aprendizes de sentenças e coroar. 
Apavoram-me as relações humanas.
Eu não aprendi a rezar.


Descolorir

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"No livro de Taylor Hartman: O código das Cores. Eu sou Azul. O azul é uma cor triste, fugidia, embaçada... Como o céu das paisagens impressionistas. Os azuis são motivados pelo altruísmo, diz. Os azuis buscam a intimidade. Os azuis preferem perder do que trapacear. Os azuis, como eu, não fedem nem cheiram..."

Não entendo de politica. Não sei escrever sobre religião. Quanto a educação, só me resta esperanças. Sobre as leis dos homens, tranquei meu curso na faculdade. Sobre querer ser poeta, gosto de te-los em minha estante. Tenho dificuldade de terminar livros, estudos, conversas. Sempre quero voltar para o sonho - independente de ser ruim ou bom. Finais: literalmente não sei lhe dar com eles - o que explica meus textos serem grandes, minhas conversas intermináveis, meu desconsolo ao fim de filmes e até a troca de sabonete em barra por liquido. Não sei variar o cardápio, nem ser amigável com quem me faz mal... Não sei disfarçar meu humor, nem ser menos medíocre. Meu talento oculto estar em ter boas desculpas para me confortar do meu descompromisso. Na maioria das vezes, prefiro estar apenas em minha companhia. Tenho medo de psicanalise, pois posso não suportar descobrir tudo sobre mim. Afasto-me de pessoas por insegurança e minha defesa ágil só mostra que sou mais frágil que qualquer um. Abandono para não ser abandonada. Do meu choro saem os espíritos ruins. Talvez eu esteja deixando de ser azul...

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