"Nunca é alto o preço a pagar pelo privilegio de pertencer a si mesmo." Nietzsche

A vida não está muito Roberto Carlos não, viu?


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Grande é a minha vontade de abrir a minha boca para falar ou por os meus dedos a digitar tudo o que eu sinto, de sair contando tintim por tintim das minhas dores ou simplesmente, contar o meu lado da moeda, colocar os pingos nos is. Talvez, isso já mudasse a opinião de alguns, talvez outros até sentissem pena de mim e isso tiraria a culpa ou o fardo que carrego, mas se quer saber? Essa não sou eu.
Lembro-me agora de quando meu pai, com seu jeitinho simples de falar, me contava indignado como era essa tal sociedade. Ele sempre usou o seguinte exemplo: um filho pode pisar, esnobar e maltratar seu pai, mas se um pai fizer o mesmo com um filho... Só haverá uma reação: o pai é quem não presta!
Obviamente, não sou mãe e muito menos pai. Mas esse era o exemplo que o meu velho usava para explicar-me que a “sociedade” sempre ficará do lado daquele que mais se fizer de coitadinho. Porque no fim das contas, as “pessoas” não suportam ver ninguém feliz e ainda não aprenderam a diferenciar infelicidade de coitadinho... Sendo assim, esquecem-se de que aquele que hoje sofre, pode está apenas cumprindo a penitencia de seu passado. 
Portanto, odeio sentir pena. Odeio que sintam pena de mim. Não sou e nem me faço de coitadinha, mesmo que a vítima da vez seja eu. Eu sou dessas que independente do quão mal esteja indo a vida, veste-se de orgulho e de sorrisos e sai desfilando por aí.
Já não me surpreende quando as pessoas me olham como se eu fosse uma vitrine e me julgam como se aquilo que veem ou escutam fosse tudo. Sou dessas e já não vejo mais novidade em saber que fui rotulada. Quem me ver passar, sabe do meu nome e não da minha vida e essas pessoas que me assistem sem participar, pouco me acrescentam.
Porém, o fato de eu já não me importar com isso não me torna imune de decepções. Eu ainda me entristeço ao escutar da minha vitrine, comentários maldosos de pessoas que já tiveram a oportunidade de me conhecer, e só o fazem pelo simples constrangimento da incapacidade de me levar consigo ou pra si.
Para quem não sabia, tome agora como nota: por mais indignada que eu fique, eu não faço questão de que a culpa seja minha. E mesmo que possuir a culpa me dê o direito de coloca-la em quem eu quiser, eu prefiro leva-la comigo e deixar o papel de coitadinho para quem precisar de atenção...

Mesmo que não me suportem: da minha felicidade é que não abro mão por ninguém. E mais uma vez, pode deixar comigo. Eu aguento sorrindo a dor, as críticas e tudo o que me for colocado...

5 comentários:

Luna Sanchez disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luna Sanchez disse...

Verdade, flor : sentir e ser digno de pena é constrangedor, é o contrário de tudo que podemos chamar de produtivo e bom.

Sejamos mais, sempre melhores.

;)

Um beijo.

Gostei da lucidez do texto, parabéns!

Thaís Alves disse...

Te entendo perfeitamente Indy, vivo exatamente a mesma situação quase todos os dias com pessoas do trabalho, pois há um grande choque cultural na verdade. No entanto, assim como vc, visto a minha vitrine e escuto dali aqueles que me assistem. A verdade é que pessoas assim serão sempre apenas as pessoas que olham da vitrine, enquanto quem está lá cuidando da própria vida será sempre o exemplo melhor para se ver. Um beijo

Dri Andrade disse...

É isso mesmo bonitona, desabafa e bota tudo pra fora.

Ri litros aqui com essa do Homer...loucura, loucura,

to de volta, a viagem foi um must!
beijocas boa semana

Viviana Ruiz disse...

Indy, sobre essa questão de pena, também acho o mesmo, acho qeu convenço tanto no papel de independente que as vezes quando quero me dar ao luxo de um colo, as pessoas se assustam.
bjOus