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Grande é a minha vontade de abrir a minha boca para falar ou por os meus dedos a digitar tudo o que eu sinto, de sair contando tintim por tintim das minhas dores ou simplesmente, contar o meu lado da moeda, colocar os pingos nos is. Talvez, isso já mudasse a opinião de alguns, talvez outros até sentissem pena de mim e isso tiraria a culpa ou o fardo que carrego, mas se quer saber? Essa não sou eu.
Lembro-me agora de quando meu pai, com seu jeitinho simples de falar, me contava indignado como era essa tal sociedade. Ele sempre usou o seguinte exemplo: um filho pode pisar, esnobar e maltratar seu pai, mas se um pai fizer o mesmo com um filho... Só haverá uma reação: o pai é quem não presta!
Obviamente, não sou mãe e muito menos pai. Mas esse era o exemplo que o meu velho usava para explicar-me que a “sociedade” sempre ficará do lado daquele que mais se fizer de coitadinho. Porque no fim das contas, as “pessoas” não suportam ver ninguém feliz e ainda não aprenderam a diferenciar infelicidade de coitadinho... Sendo assim, esquecem-se de que aquele que hoje sofre, pode está apenas cumprindo a penitencia de seu passado.
Portanto, odeio sentir pena. Odeio que sintam pena de mim. Não sou e nem me faço de coitadinha, mesmo que a vítima da vez seja eu. Eu sou dessas que independente do quão mal esteja indo a vida, veste-se de orgulho e de sorrisos e sai desfilando por aí.
Já não me surpreende quando as pessoas me olham como se eu fosse uma vitrine e me julgam como se aquilo que veem ou escutam fosse tudo. Sou dessas e já não vejo mais novidade em saber que fui rotulada. Quem me ver passar, sabe do meu nome e não da minha vida e essas pessoas que só me assistem sem participar, pouco me acrescentam.
Porém, o fato de eu já não me importar com isso não me torna imune de decepções. Eu ainda me entristeço ao escutar da minha vitrine, comentários maldosos de pessoas que já tiveram a oportunidade de me conhecer, e só o fazem pelo simples constrangimento da incapacidade de me levar consigo ou pra si.
Para quem não sabia, tome agora como nota: por mais indignada que eu fique, eu não faço questão de que a culpa seja minha. E mesmo que possuir a culpa me dê o direito de coloca-la em quem eu quiser, eu prefiro leva-la comigo e deixar o papel de coitadinho para quem precisar de atenção...
Mesmo que não me suportem: da minha felicidade é que não abro mão por ninguém. E mais uma vez, pode deixar comigo. Eu aguento sorrindo a dor, as críticas e tudo o que me for colocado...