"Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo. Eu acordei com medo e procurei no escuro alguém com o seu carinho... De repente, a gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa, morna e ingênua que vai ficando no caminho.”
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Há dias que eu venho querendo escrever tudo, sobre qualquer coisa, quero dizer, sobre qualquer coisa não, sobre mim: sentimentos, alma e coração. Sobre minhas opiniões, minha maneira de enxergar e me sentir diante de cada coisa. Sobre as milhões de coisas que eu vou amontoando dentro de mim por nunca achar importante demais para dissipa-las. Ou, de repente, o endocrinologista tinha razão quando disse que o nó que eu sinto na garganta, o mesmo que às vezes mexe com o meu metabolismo, com o meu humor, com as minhas pernas... Seja só um (nó)dulo na tireoide. Mas, é que minha intuição feminina – se é que isso serve de alguma coisa – me diz que tem mais: de repente, tantos sonhos sobre as mesmas coisas, tantos conselhos jogados, como confetes de carnaval na minha cara, comecem a fazer sentido. E de repente, aquela segurança de quem se apaixona e acredita que o mundo inteiro também se apaixonou, se transformou em um slackline e eu em cima, sem saber se devo pular ou espero cair. Quem sabe eu não consigo chegar do outro lado?! De repente, eu não consigo enxergar a felicidade que deveria esta contida nas coisas pequenas. As entrelinhas, os detalhes, o imperceptível, aquilo que fazemos inconsciente, me diz mais coisas que eu não gostaria de saber do que coisas legais. De repente, a segurança e a certeza são apenas ideologias criadas por nós. De repente você entende que o ciúme protege o medo e não você, entende que mais cedo ou mais tarde, o medo de perder só afasta quem se quer aproximar. De repente, a gente não sabe mais o que vale a pena, se estamos presos ou se estamos prendendo alguém. De repente, a gente não sabe nada sobre o amor...
“De repente, não mais que de repente...”