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Os ciclos vão
cumprindo a sua sina de abrir e fechar enquanto eu tento me adaptar o máximo
que posso para que a seleção natural da vida não deixe em extinção mais partes
boas de mim. Não queria escrever agora, mas isso também faz parte da minha luta
contra esta seleção. Luto contra os planos que escorregam cada vez mais rápido
pelos dedos. Luto contra um futuro incerto que se aproxima na velocidade da luz
da minha rotina – luto, mas luto querendo ser aliada.
Olho para
cima. Respiro fundo. Trago o lacrimejar antes que seja tarde. É preciso ser
forte na hora do sim, na hora de ouvir e dizer a verdade. É preciso ser forte
na hora do não, do “não quero mais ficar”. É preciso ser forte nas decisões,
nas decepções, nas despedidas. É preciso ter forças na hora de se arrepender e
desculpar-se. Ahh é preciso ter forças quando se precisa dos cuidados de quem
não vem, quando o abraço que se quer não está, quando a palavra da qual precisa
fica muda. É preciso força para segurar o choro na hora H, na hora de falar, na
madrugada, na solidão...
Mas, não
precisas ter dó se de repente me veres chorar baixinho por aí: mais forte é a
mulher que chora. E, no meu caso, são só algumas lágrimas que estou devendo a
vida pelos tantos sapos engolidos a seco. Vez e quando, faz-se necessário colocá-las
em dia antes de me vestir com meus melhores sorrisos novamente.
Eu já falei
que tenho descoberto uma nova eu dentro de mim? No inicio era como uma terceira
perna, que assim como a terceira perna de G.H. também me impedia de caminhar. Entretanto,
eu tenho me adaptado bem. Descobri que ela também é forte. Descobri que ela
também me segura para não cair. Descobri que ela também sabe sorrir... E sabe
sambar, ahh como sabe! Talvez, já seja até parte da minha evolução... Talvez,
já seja a própria vida me dizendo para ser mais forte se não quiser ser comida
pelos leões e as cobras do dia-a-dia.
Acho até
que estou indo bem... Só peço aos novos ciclos - que começarão em breve - que
não sejam tão astuciosos e que não me obriguem a me retirar da comodidade dos
meus dias como quem tira um bebê com fome do peito da mãe, como quem separa um
casal apaixonado, como quem arranca de uma mãe um filho, como quem amputa um
membro sem necessidade, como quem tira doce de criança, como quem tira sorrisos
de rostos alheios... Por que talvez, dessa vez, eu não saiba me adaptar.