"Se eu sei que no final fica tudo bem, A gente se ajeita numa cama pequena Te faço um poema, te cubro de amor..." |
Outra vez é o medo que me trás aqui.
Contudo, não é porque “essa
pirralha é doida” como você diz. É porque quando o medo vem, Amor meu, ou a
gente o exila ou a gente é o exilado. Dizem que quem procura acha. E não estão
errados! O que não dizem é que quem procura, procura por alguma certeza boa, por
qualquer coisa comprovando que não há o que temer... Mas, o que se encontra é
exatamente, o contrário: encontra-se a incerteza, o que arrasa, abala as
estruturas.
Então, o medo vem. Medo de
tanta coisa. Medo de que até essas minhas palavras lhe façam se lembrar de um
passado que não me convém. Mas, penso aqui com meus botões, que todo esse monte
de besteiras que nos assustam até em sonhos, deve ser o medo característico de
quem ama. De quem ama e teme deixar de ser correspondido. De quem ama e, veze
quando, acha que o amado merece alguém melhor (como se existisse alguém que lhe
ame mais que eu...).
De qualquer forma, eu nunca
vou saber até quando você será apaixonado pelas minhas gordices, até quando
você aguentará meus passos desordenados, meu jeito atrapalhado de sair por aí
pisando em formigueiros e lhe machucando quando vou fazer algum carinho – nesta hora,
você briga comigo e eu fico sem jeito de fazer mais alguma coisa. Mas, não sei
até quando você vai aguentar minhas inseguranças, nem é por mal. No fundo, acho
que todos nós fantasiamos de perguntas a insegurança, e depois fingimos não reconhece-la
dentro de nós. Você mesmo concorda que a dúvida é que move o mundo. Pois, não
seria a dúvida a insegurança fantasiada? Ah, a minha insegurança tem tantas
fantasias, sabia? E ela nem espera o carnaval chegar para se vestir de ciúmes,
de brigas e birras, de silêncio, de questionamentos, de pesadelos no meio da
noite, de pensamentos idiotas.
Eu tenho, mais do que nunca,
dado o melhor de mim para que nada mais dê errado – eu nunca espero que você
cometa os mesmos erros que eu: de achar que é irrelevante o que não é, de
ocultar o que não deveria: vai ver foi por isso que me entristeci tanto com seu
vacilo. Pelo menos, tenha a certeza que estou aprendendo rápido a não cometer
os mesmos erros -. Eu venho, mais do que nunca, procurando deixar as coisas o
mais claro possível. Eu peço, mais do que tudo, a Deus... Que a confiança plena
também seja algo que possamos reconquistar.
Pelos ensinamentos do Senhor, o amor exige muito. Não é
qualquer um que consegue amar. Ele exige um fim a pergunta: “e eu?”. Só procura
respostas aos questionamentos: “e a outra pessoa? O que ela precisa que eu posso
fazer?” E cá estou eu, aprendendo também. Estou me adaptando ao seu jeito.
...Mais do que nunca, eu sei o
quanto eu lhe amo e lhe preciso. Porque até esses pesadelos que eu tenho com
você, meu Amor, me fazem lembrar o quanto eu não quero lhe perder nunca: por
nada, nem pra ninguém.
"Então você adormece, meu coração enobrece. E
a gente sempre se esquece de tudo que passou...